Química

Fertilizar o mar pode reduzir CO2
Investigação a bordo do navio Polarstern revela alguns resultados positivos
2012-07-20

O navio Polarstern na Antártica
Semear o mar com ferro para fertilizar as algas pode reduzir os gases de efeito estufa. As experiências no navio Polarstern, realizadas por investigadores espanhóis, parecem confirmar isto mesmo, avança o jornal El Pais.

Se as plantas são as maiores consumidoras de dióxido de carbono (CO2) do planeta, há que ir onde se acumula mais massa verde: o mar. As algas, especialmente o minúsculo fitoplâncton que fazem, são a base da cadeia alimentar marinha. E, como boas plantas que são, precisam de enormes quantidades de carbono.

Mas nem as algas mais pequenas se contentam só com carbono. Como os humanos, também necessitam de minerais e outros produtos. Assim, a ideia deste projecto é tornar o mar mais ‘rico’ para que as algas, assim estimuladas, captem o CO2 para se multiplicarem.

A plantação começou em Janeiro de 2009, com seis toneladas de pó de sulfato de ferro (por exemplo, que é vendido como adubo para plantas) numa área de 300 quilómetros quadrados da Antártida. Os resultados têm sido positivos. De acordo o diário espanhol, por cada átomo de ferro, foram absorvidos 13 mil de carbono.

No entanto, os autores do estudo não consideram o trabalho definitivo. Victor Smetacek, um biólogo marinho do Instituto Alfred Wegener, em Berlim, que liderou a investigação, admite que ainda há elementos desconhecidos. Um dos riscos associados a esta prática é que as pragas de algas acabem com outras formas de vida. Além disso, a composição do fitoplâncton poderia modificar-se ao alterar artificialmente as condições de vida.
A solução, como em quase tudo o que começa, é aprofundar a investigação.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54933&op=all


Primeiro pneu de borracha natural produzido na Europa

Protótipo é obtido através de látex das plantas guaiúle e dente-de-leão russo

2012-07-20


O primeiro protótipo de pneu obtido através de látex natural das plantas guaiúle (Parthenium argentatum) e dente-de-leão russo (Taraxacum kok-saghyz) já foi apresentado. O desempenho técnico e o potencial económico da borracha obtidos têm sido evidentes na produção destes pneus, avança a AlphaGalileo.

Após o cultivo e extracção do látex das plantas guaiúle e dente-de-leão russo, a empresa holandesa de pneus Apollo Vredestein, parceira do projecto europeu EU-PEARL, fabricou esta semana os primeiros protótipos de pneus com borracha natural produzida na Europa. Os modelos serão submetidos a testes intensivos nos próximos meses.

O projecto europeu EU-PEARL, através do qual se realizou esta experiência, começou há quatro anos com o objectivo de encontrar fontes alternativas de látex e borracha para a Europa e reduzir a unidade comercial do mercado asiático deste recurso por forma e promover a cultura de plantas produtoras de látex na União Europeia. Este projecto é financiado pelo 7º programa-quadro da Comissão Europeia e desenvolvido por parceiros de oito países diferentes.

Alguns látex naturais são o principal ingrediente para a extracção da borracha natural, uma matéria-prima essencial na fabricação de luvas cirúrgicas, preservativos ou pneus e indispensável para todos os tipos de indústrias. Todos os látex utilizados na Europa são importados e principalmente extraídos da árvore Hevea brasiliensis. Os maiores produtores do mundo são a Malásia, Indonésia e Tailândia, três países asiáticos, formando quase um monopólio mundial sobre este recurso.

A borracha natural é um biopolímero exclusivo que não pode ser substituído por alternativas sintéticas em muitas das suas aplicações mais importantes, como nos produtos médicos, preservativos, calçado ou produtos adesivos. Esta singularidade faz com que a União Europeia queira evitar o risco latente de países produtores decidirem um aumento coordenado do preço desta matéria-prima.

Além do problema do monopólio, a produção mundial de borracha natural, principalmente ligada à árvore Hevea brasiliensis, sofre uma série de ameaças: é especialmente vulnerável a pragas e doenças e o seu cultivo está intimamente ligado a condições climáticas muito específicas, que ocorrem principalmente em zonas tropicais da Ásia e América do Sul.

Outro problema fundamental com a borracha derivada desta árvore é a alergia ao látex que pode produzir e que seria evitada com o látex a partir de Guaiúle ou ‘Dente-de-Leão'.

Os resultados da investigação serão apresentados nos dias 24 e 25 de Setembro durante a conferência de encerramento do projecto europeu EU-PEARL, em Wageningen (Países
Baixos).

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Link: Aerografite é leve como o ar e forte como o aço


Medronheiro para fazer nanopartículas de prata
Investigação grega e espanhola está publicada no «Material Letters»
2012-07-11


Uma equipa de investigadores da Grécia e de Espanha conseguiu sintetizar nanopartículas de prata, com grande interesse para a biotecnologia, utilizando extracto de folhas de medronheiro ('Arbutus unedo') e nitrato de prata. Esta tecnologia é simples, barata, rápida e ecológica.
A técnica, que foi desenvolvida por cientistas da Universidade Aristóteles de Salonica e da Universidade Carlos III de Madrid, consiste em adicionar o extracto da folha a uma solução aquosa de nitrato de prata. As nanopartículas de prata formam-se em apenas alguns minutos depois de se agitar a mistura.
Existem outros métodos para a produção destas nanopartículas, mas este é mais simples, barato e fácil de implementar devido ao facto de se utilizar uma planta não tóxica a uma temperatura entre 25 e 80 graus celsius”, explica Sophia Tsipas, co-autora do estudo agora publicado no «Materials Letters».
A inovação deste método, acrescenta a investigadora, “permitir controlar os parâmetros para a obtenção de nanopartículas de determinado tamanho (de 5 a 40 nm) e geometria (esferas, cubos, pirâmides). As nanopartículas produzidas mantêm-se estáveis por longos períodos de tempo, mais de seis meses”.
As folhas de medronheiro facilitam essa estabilidade, formando uma camada orgânica de vários nanómetros à volta das partículas de prata. O extracto age como um agente de redução e estabilizador de todo o produto.
As nanopartículas obtidas foram caracterizadas e verificadas através de várias técnicas (microscópio electrónico de transmissão, espectroscopia no ultravioleta visível e espectroscopia de infravermelho). A equipa está agora a estudar a optimização do processo e a produção de partículas de tamanho nanométrico semelhante com outros metais como ouro e cobre.
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Três novos elementos químicos aprovados para a tabela periódica

Consiste num ordenamento dos elementos conhecidos de acordo com as suas propriedades físicas e químicas

2011-11-07


A tabela periódica vai integrar três novas referências: contando com os elementos 110, 111 e 112, darmstádio (Ds), roentgénio (Rg) e copernício (Cn). A aprovação foi dada, na passada sexta-feira, pela União Internacional de Física Pura e Aplicada durante uma conferência que decorreu no Instituto de Física em Londres (Reino Unido).

No entanto, os elementos são tão grandes e instáveis que só podem ser feitos em laboratório, não se sabe muito sobre eles, não são encontrados na natureza e desfazem-se em outros elementos muito rapidamente.

O Darmstádio, elemento 110, foi sintetizado pela primeira vez a 9 de Novembro de 1994, perto da cidade de Darmstadt, por Peter Armbruster e Gottfried Münzenberg. Foi criado na quebra de um isótopo pesado de chumbo com o níquel-62, que resultou em quatro átomos de darmstádio.


Já o 111, roentgénio, foi originalmente descoberto em 1994, quando uma equipa criou três átomos do elemento, um mês após a descoberta do darmstádio, a 8 de Dezembro e foi chamado assim em homenagem ao físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923).


Faltava uma reverência a Copérnico e por isso, o novo elemento 112, copernício, vem como referência ao astrónomo prussiano (1473-1543), o primeiro a sugerir que a Terra girava em torno do sol, e não o contrário. Os cientistas criaram um único átomo deste elemento extremamente radioactivo a 9 de Fevereiro de 1996, por esmagamento em conjunto de zinco e chumbo. Desde então, um total de cerca de 75 átomos de copernício foram criados e detectados.


A tabela periódica consiste num ordenamento dos elementos conhecidos de acordo com as suas propriedades físicas e químicas, em que os elementos que apresentam as propriedades semelhantes são dispostos em colunas. Este ordenamento foi proposto pelo químico russo Dmitri Mendeleiev.

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