quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Olhe para cima. Esta noite há chuva de estrelas


Olhe para cima. Esta noite há chuva de estrelas
Fotografia © NASA/ESA/Max-Planck-Institute for Solar System Research
O cometa Halley, que passou a última vez pela Terra em 1986, deixou um rasto de detritos que a Terra atravessa todos os anos. São as Oriónidas.
Esta noite aproveite e bom tempo e saia à rua para olhar para o céu: é a altura das Oriónidas, uma chuva de estrelas que atinge hoje a sua atividade máxima. Para as encontrar procure a constelação de Orionte, o seu ponto de origem.
Esta chuva de meteoros resulta dos detritos deixados pelo cometa Halley, que passou a última vez pela Terra em 1986, indica oObservatório Astronómico de Lisboa, no boletim sobre o céu de outubro. Embora as Oriónidas sejam de fraca intensidade, a data de atividade máxima é perto da Lua nova (a 23 de outubro), o que melhora a visibilidade.
Há outra chuva de estrelas associada ao Halley, as Eta Aquáridas, em maio. O cometa demora 76 anos a completar uma volta ao Sol e só será novamente visível a partir da Terra em 2061.


sábado, 30 de agosto de 2014

Dois novos satélites do sistema de navegação europeu lançados na 5.ª feira

20-08-2014 às 17:49
Dois novos satélites do sistema de navegação europeu lançados na 5.ª feira

A agência espacial europeia ESA lança, na quinta-feira, dois novos satélites Galileo, aumentando para seis o número de engenhos, em órbita, do sistema de navegação por satélite da União Europeia.
O lançamento, a bordo de um foguetão russo Soyuz, será feito da base espacial europeia, em Kuru, na Guiana Francesa, às 12:31 GMT (13:31 em Lisboa), informou hoje a ESA.
Ao fim de três horas, 47 minutos e 57 segundos, os satélites serão descolados do módulo superior (Fregat) do foguetão, através de um sistema de separação pirotécnica, quando atingirem a altitude final de 23.500 quilómetros.
Trata-se do quinto e sexto satélites do sistema de navegação por satélite europeu Galileo, com o qual a União Europeia pretende melhorar serviços essenciais, como a segurança do transporte rodoviário e ferroviário e a capacidade de resposta a situações de emergência.
Segundo a Comissão Europeia, os sinais do Galileo "permitirão aos utilizadores conhecer a sua posição no tempo e no espaço com mais precisão e fiabilidade do que os dos atuais sistemas" de navegação por satélite.
O sistema Galileo "será compatível e até, no caso de alguns dos seus serviços, interoperável com outros sistemas semelhantes existentes", de alcance global, como o norte-americano GPS e o russo GLONASS, "mas será autónomo".
Os primeiros quatro satélites Galileo foram lançados na órbita terrestre em 2011 e 2012, para validar o funcionamento, conforme planeado, do sistema de navegação.
A Comissão Europeia pretende ter uma constelação de 30 satélites ativos em órbita, incluindo seis unidades de emergência, até 2020.
Os satélites que irão ser lançados na quinta-feira chamam-se Doresa e Milena, nomes dados por duas crianças vencedoras de um concurso que decorreu em toda a União Europeia.
Para o comissário europeu da Indústria e do Empreendedorismo, Ferdinando Nelli Feroci, citado hoje num comunicado de imprensa da Comissão Europeia, "o lançamento destes dois satélites inaugura a fase de operacionalidade plena do programa Galileo e dá um novo impulso a um projeto verdadeiramente europeu que assenta nos recursos dos países da UE com o objetivo de maximizar os benefícios para os seus cidadãos".
De acordo com Nelli Feroci, o sistema de navegação por satélite europeu proporciona "aplicações com um enorme potencial económico" e suporta as metas da União Europeia de "crescimento e competitividade".
O comissário adiantou que, a partir de 2015, a UE terá disponível um sistema de lançamento de foguetões Ariane 5, de construção europeia, graças a um "novo contrato que vale 500 milhões de euros para a indústria espacial".
Para concluir a constelação de 30 satélites, a ESA fará, em diante, uma série de lançamentos - dois satélites por cada lançamento de um foguetão Soyuz e quatro satélites por cada lançamento de um foguetão Ariane 5.
Em março, foi inaugurada na ilha de Santa Maria, nos Açores, uma das estações para monitorização do sinal e posição dos satélites Galileo.
O lançamento, na quinta-feira, dos dois novos satélites pode ser acompanhado em direto no portalhttp://ec.europa.eu/avservices/ebs/live.cfm?page=1.
A Comissão Europeia estima que o mercado mundial de produtos e serviços de navegação por satélite atinja 237 mil milhões de euros em 2020.
Diário Digital com Lusa




Galáxias em colisão. Português capta melhor imagem de sempre




Investigador da FC participa na obtenção da melhor imagem de                          sempre de galáxias em colisão no Universo longínquo


27 agosto 2014 

Um estudo recente liderado por Hugo Messias, do Centro de Astronomia e Astrofísica (CAAUL) da Faculdade de Ciências (FC), da Universidade de Lisboa (ULisboa), revelou a melhor imagem de sempre de uma colisão de duas galáxias quando o Universo tinha quase metade da sua idade atual. Com a ajuda dos melhores telescópios existentes, incluindo o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), e de uma lupa natural do tamanho de uma galáxia, foi possível observar detalhes que de outro modo permaneceriam invisíveis.
As imagens Hubble e Keck revelaram um detalhado anel de luz, induzido gravitacionalmente, em torno de uma galáxia de disco vista de perfil, a qual produz o efeito de lente, mas também obscurece parte da radiação devido à poeira que contém. Contudo, tal obscurecimento não é problemático para o ALMA nem para o JVLA, uma vez que estes dois observatórios observam a comprimentos de onda maiores, imunes à poeira. A partir desse momento, tanto o ALMA como o JVLA desempenharam um papel fundamental na caracterização do objeto.
Em particular, o ALMA observou a radiação da molécula de monóxido de carbono, a qual permitiu fazer a medição do movimento do material no sistema de fundo, verificando-se assim que o objeto era realmente uma colisão galáctica e a formar centenas de novas estrelas por ano. Pelo menos uma das galáxias em colisão mostra sinais de rotação, indicando de que se tratava de uma galáxia de disco antes do encontro.
O sistema destas duas galáxias distantes em colisão assemelha-se a uma colisão espetacular entre outras duas galáxias muito mais perto de nós: as Galáxias Antena. Pensa-se que também estas duas galáxias tiveram estrutura de disco no passado. Porém, enquanto o sistema Antena forma dezenas de novas estrelas por ano, o sistema H1429-0028 transforma 400 massas solares de gás em novas estrelas todos os anos.
José Afonso, Diretor do CAAUL, esclareceu: “O ALMA demonstra mais uma vez todo o seu potencial para a compreensão do cosmos.” E conclui: “Este estudo revela ainda o envolvimento português na exploração dos melhores telescópios do mundo. Mais especificamente, somos hoje reconhecidos internacionalmente como um Centro de Competências para o ALMA, e veremos nos próximos tempos mais resultados excitantes da nossa investigação com este revolucionário observatório”.