sábado, 30 de agosto de 2014

Galáxias em colisão. Português capta melhor imagem de sempre




Investigador da FC participa na obtenção da melhor imagem de                          sempre de galáxias em colisão no Universo longínquo


27 agosto 2014 

Um estudo recente liderado por Hugo Messias, do Centro de Astronomia e Astrofísica (CAAUL) da Faculdade de Ciências (FC), da Universidade de Lisboa (ULisboa), revelou a melhor imagem de sempre de uma colisão de duas galáxias quando o Universo tinha quase metade da sua idade atual. Com a ajuda dos melhores telescópios existentes, incluindo o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), e de uma lupa natural do tamanho de uma galáxia, foi possível observar detalhes que de outro modo permaneceriam invisíveis.
As imagens Hubble e Keck revelaram um detalhado anel de luz, induzido gravitacionalmente, em torno de uma galáxia de disco vista de perfil, a qual produz o efeito de lente, mas também obscurece parte da radiação devido à poeira que contém. Contudo, tal obscurecimento não é problemático para o ALMA nem para o JVLA, uma vez que estes dois observatórios observam a comprimentos de onda maiores, imunes à poeira. A partir desse momento, tanto o ALMA como o JVLA desempenharam um papel fundamental na caracterização do objeto.
Em particular, o ALMA observou a radiação da molécula de monóxido de carbono, a qual permitiu fazer a medição do movimento do material no sistema de fundo, verificando-se assim que o objeto era realmente uma colisão galáctica e a formar centenas de novas estrelas por ano. Pelo menos uma das galáxias em colisão mostra sinais de rotação, indicando de que se tratava de uma galáxia de disco antes do encontro.
O sistema destas duas galáxias distantes em colisão assemelha-se a uma colisão espetacular entre outras duas galáxias muito mais perto de nós: as Galáxias Antena. Pensa-se que também estas duas galáxias tiveram estrutura de disco no passado. Porém, enquanto o sistema Antena forma dezenas de novas estrelas por ano, o sistema H1429-0028 transforma 400 massas solares de gás em novas estrelas todos os anos.
José Afonso, Diretor do CAAUL, esclareceu: “O ALMA demonstra mais uma vez todo o seu potencial para a compreensão do cosmos.” E conclui: “Este estudo revela ainda o envolvimento português na exploração dos melhores telescópios do mundo. Mais especificamente, somos hoje reconhecidos internacionalmente como um Centro de Competências para o ALMA, e veremos nos próximos tempos mais resultados excitantes da nossa investigação com este revolucionário observatório”.












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